domingo, 5 de outubro de 2014

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

MILONGA ABAIXO DE MAU TEMPO

"... Amada.. me deu saudade me fala que a égua ta prenha, o porco ta gordo, que o baio anda solto e que a cuscada lá em casa comeu..."






sexta-feira, 19 de setembro de 2014

"O Sábio do Mate" Joca Martins e Juliana Spanevello

A música gaúcha é pura poesia. A canção campeira, simples, no seu modo de falar, mas rica em sua essência, me traz paz para a alma, alento para o coração e o mais importante, me orgulha por fazer parte deste pedaço de terra onde a cultura galponeira se faz presente.






quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Romance de Flor e Luna - Juliana Spanevello

Meu Deus!!! É por isso que eu amo a música gaúcha. Que interpretação mais bela de uma das mais belas canções nativistas deste meu sul!!!






sexta-feira, 25 de julho de 2014

terça-feira, 20 de maio de 2014

Ah o meu tobiano!!!















Tenho um cavalo tobiano
orgulho de peão campeiro
esse meu pingo parceiro
o mundo é bem mais pequeno

Quebrando geada ou sereno
se transforma estrada a fora
só ele sabe onde mora
aquele rosto moreno

Tobiano patas voadoras
nesse garrão rinconencia
eu acho até que meu pingo
tem coração de querência

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Mateando com a Mamãe- Odilon Ramos(poesia)

Mãe Campeira





Bueno... no dia de ontem não foi possível postar nada aqui no blog referente à esta data tão especial. Mas hoje, um dia atrasadito posto esta bela canção. Uma homenagem à minha mãe e a todas as mães destas querências mundo afora!!!

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Lenda Gaúcha O Umbu (Símbolo da hospitalidade)

Chamou Deus, um dia
Todas as árvores a sua presença,
Ordenando-lhes que pedissem alguma graça
Que lhes seria concedida.
Todas, por sua vez, foram pedindo:
Vigorosidade, beleza, frutos saborosos...
Chegada a vez do umbu, disse este:
Quero a mais ampla e mais densa de todas as sombras;
Quero ser o amigo dos caminhantes,
O símbolo da hospitalidade...
E que minha carne seja esponjosa e frágil
Para que se quebre à menor violência.
Por quê? Perguntou Deus, se todas querem ser fortes...
Não desejo, Senhor, que meus galhos e meu tronco
Possam servir, um dia, para crucificar um Justo.

Cf. Barbosa Lessa
Colaboração: Prof. Telmo Lauro Müller


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Eita milonga linda uma barbaridade - César Oliveira e Rogério Melo - Crescente Macharrona




Crescente Macharrona
César Oliveira e Rogério Melo

A enchente chega tapando todo o banhado
E o "Santa-Fé" pega o nado
Quando vem clareando o dia
A vaca berra no pelado do rodeio
Reclamando o tempo feio
Comendo a palha da cria
O vento sopra num galope desbocado
Se batendo no alambrado
A água costeia o cerro
Faz redemoinhos quando pecha no meu mouro
Murmura berros de touro Lavando o lombo do aterro

E eu denovo vou "botá" o braço na enchente
Porque a crescente essa vez foi macharrona
O rio tranqueia se escorrando nas barranca
Babando uma espuma branca
Igual potra redomona

Com fé nas linha
Volto de novo ao pesqueiro
E o pintado pescoceiro
Se rebolqueia no anzol
E o aguaceiro vai rolando
Vai rolando
E o aguapé sarandeando
Se perde nos caracol
A esperança rebrota junto ao gramal
Pois renasce o banhadal
Depois que a enchente se vai
O rio matreiro matrereia num bailado
E o posteiro do outro lado
Vara o rio num sapucai.

sábado, 12 de abril de 2014

TOBIANOS

Se me fosse perguntado que cavalo eu gostaria de ter, esta seria minha resposta: um tobiano, de todas as pelagens, lindas por sinal, esta é especial. Seus desenhos são como impressões digitais e a pelagem apresenta manchas completamente brancas, de diferentes formatos.
Com as seguintes derivações:
Tobiano baio: É um baio nas mesmas condições dos demais tobianos.
Tobiano colorado: É um colorado nas mesmas condições do tobiano negro.
Tobiano negro: É um preto com manchas brancas grandes divididas com o preto.
Tobiano gateado: É um gateado nas mesmas condições dos demais










Romance de Peão (O Tobiano Capincho) Autoria: Aureliano de Figueiredo Pinto



Este tobiano de Estância
foi o bicho mais maleva
que o diabo inventou pra um peão!
Zolhos de chancho, cabano,
sargo, coiceiro, aragano,
manoteador e bufão.

Peão que chegasse atrasado
na segunda, mui sovado
da farra pelo rincão
já se sabia - a sua pena
era encilhar o ventana
que ansim mandava o Patrão.

Uma feita ... era segunda ...
na estância .... ao clarear do dia ...
com cara de laço novo ... cheguei ...
já estava meu povo na mangueira ...
E alguém gritou quando já davam cavalo:
- Lace o tobiano capincho
pra esse que vem dos bochincho
do rincão do Cantagalo!

Que sina! ... se eu tinha o peito
mais puro que a Estrela D'alva
que bico de beija-flor!
Qual bochincho ... se eu voltava
de ver a prenda que amava
todo enredado de amor.

Virge do céu ... será o diabo ...
Um cristão que andou bailando
por duas noite e treis dia
com no ouvido as harmonia
da cordeona retrechando
e o coração sarandeando
numa havanera macia ...

Nos olhos tontos de sono,
como em espelho pequeno
aquele corpo moreno
com crespos que o vento bate!
E o auroma à flor e a sereno
que vem na prosa em cochicho ...
- Que auroma! ... Não vi em bolicho ...
nem nos baús dos mascate.

E os negro olhos ariscos
como iraras bobeaderas
nas poças que a seca embarra
na sombra de um caponete ...
E que maneia ginete
como pealo de cucharra!

Quanta coisa ela me disse
não dizendo quaje nada!
Quanta coisa ela entendeu
da minha boca cerrada
- porteira do coração!
... E agora, eu moço monarca,
chego batendo na marca
no meu ofício de peão ...

Bonito! Agora acordar
de um sonho que é um lindo engano!
Soltar o corpo franzino
em que envidei meu destino
pra me trompar com o malino
que é este capincho tobiano!

Chego ... E, "Bom dia Senhores!"
largo já meio coverda...
E me respondem - "Boa tarde!
Dormiu nas palhas paissano!
Largue esse! Traga o buçal!

La putcha que é sesigual
a sorte de um campechano!

Vinha o tobiano no laço
como dourado na linha!
Ligeiro como tainha
como traíra de açude!
Dando mais pulos e saltos
que um calcuta na rinha!
Haaa! ... quando a sorte é mesquinha
não hai feitiço que ajude!

Pra encilhá o venta rasgada
foi abaixo de oração ...
E já maneado e enfrenado
foi luita pra arregla os troço!
Rezei quatro Padre-nosso
só pra sentar o xergão ...

Cheguei a carona e os basto.
E quanto a cincha tinia
o infame se foi pra o céu.
Voltou ... Tombou de boléu.
Quaje perdendo o chapéu
rezei quatro Ave-Maria ...

E o urco como um bodoque!
Traiçoero ... Olhando pra trais,
com a cincha no osso do peito!
... e eu ... le ajeitando ... com jeito ...
por causa do capatais ...

Depois de bem encilhado
tranqueou com passo de tango
muito mal intencionado,
encolhido e retovado!
Eu vi minha vida piquena ...
Corri os olhos na chilena
e olhei pra tala do mango ...

Na voz de - "bamos moçada!"
campeei a volta e montei
certito e firme nos basto!
Já o bicho se vinha urrando
ladeadito ... se brandiando
como quatiara de arrasto ...

Nóis fumo naquela toada ...
nessa dança desgranida
em que um taura arrisca a vida
só pra honrar a patacoada!

Despois... de focinho gacho
garrou ladeira em descida
na fúria despavorida
de um touro num costa-abaxo!

Me encomendei pro Senhor!
Também pra Virgem Maria!
Nem sei como arresestia
ansim blandito de amor!
E sem amadrinhador
nesse lançante tremendo
me fui solito ... me vendo
mais triste que um payador! ...

Rodou ... E ficou roncando!
Quebrado! É o fim do Capincho!
E eu ... Paradito! ... E, com tino
a pensar desta maneira:
- Por Ti ... A mais linda Triguera!
Gineteio a vida intera
no lombo do meu Destino! ...
Milonga - Dante Ramon Ledesma

Quero ouvir uma milonga só de voz e de violão
Dessas que ainda canta o povo, pois o tempo, não roubou
Que bonito uma milonga, uma serenata de sonho e flor,
Daquelas que rompem madrugadas com poesia, vinho e emoção

Quero ouvir uma milonga das que cantava meu avô
Que eu aprendi quando criança, pois foi meu pai que me ensinou
Tenho saudade das milongas dessas que a vida eternizou
Das que se cantam com a alma, pois são vertentes do coração

Quero deixar uma milonga para meu filho e sua flor
Pra que cante junto ao meu neto 
Como ontem cantou pra mim meu avô
Quero ouvir uma milonga das que cantava meu avô
Que eu aprendi quando criança, pois foi meu pai que me ensinou
Quero ouvir uma milonga só de voz e de violão
Dessas que ainda canta o povo, pois o tempo, pois o tempo, não roubou

Entrando no M'Bororé, uma das milongas mais lindas que existem.

Esta música, há pelo menos uns vinte anos, foi uma das que me fez me apaixonar pela música gaúcha e suas tradições. 

Entrando no M'Bororé
Grupo Quero-Quero
Autores: José Sampaio e Elton Saldanha

Lá vem o Vitor solito entrando no M'bororé
E o cusco brazino ao tranco na sombra do pangaré
Chapéu grande lenço negro jeitão calmo de quem chega
Na tarde em tons de aquarela lembra um quadro do Berega
O flete troteando alerta culpa e se nega pra os lados
E uma perdiz se degola no último fio do alambrado
Apeia na cruz da estrada e o seu olhar se enfumaça
Saca o sombreiro em silêncio por respeito à sua raça

Lá vem o Rio Grande à cavalo entrando no M'bororé
Lá vem o Rio Grande à cavalo que bonito que ele é
Lá vem o Rio Grande à cavalo entrando no M'bororé
Lá vem o Rio Grande à cavalo que bonito que ele é

E Procura a volta do pingo, e alça o corpo sem receio
Enquanto uma borboleta, senta na perna do freio
Inté interte o cristão, que se cruza campo a fora
Mirar a garça matreira, no seu pala cor de aurora
Pois lá no rancho de leiva, que ele ergueu com seu suor
Fica um sonho por metade, de quem vive sem amor
Num suave bater de asas, cruza um bando sem alarde
E as garças e o Vítor somem, lá na lonjura da tarde

Lá vem o Rio Grande à cavalo entrando no M'bororé
Lá vem o Rio Grande à cavalo que bonito que ele é
Lá vem o Rio Grande à cavalo entrando no M'bororé
Lá vem o Rio Grande à cavalo que bonito que ele é


sábado, 5 de abril de 2014

Os Monarcas - Gineteando o temporal





Grita o silêncio da noite corcoveiam os trovões
Línguas de fogo lambendo aramados e moirões
No céu um patrão tropeiro vai remexendo os tições
E um macegal se ajoelhando como a pedir mil perdões
E o gado todo mais louco do que a fúria desse vento
Redemoinhos no relento a procura de capões
Relâmpagos que se cruzam retratam por entre as plagas
Os entre choques de adagas as velhas revoluções
No horizonte as labaredas vão guasqueando o tempo feio
Teatros de assombrações cenário do mundo alheio
Boitatás e caiporas tropilhas do pastoreio
Meu baio pateando raio o temporal gineteio
Neste entreveiro matreiro de faísca, vento e raio
Me agarro as crinas do baio que já nem liga pro freio
E uma faísca teimosa riscou-me a tala do mango
Só por ciúmes de fandango, partiu minha gaita no meio
Os coriscos vão marcando o longo preto do tempo
Com nuvens pançudas de chuva se aninham no firmamento
A mata inteira valseia num compasso pacholento
Com fogo se apaga fogo sempre a cabresto do vento
Por isso um galho extraviado veio tapear meu chapéu
Atiçando um fogaréu nos bretes do pensamento
Me apeguei a Santa Bárbara pra domar o temporal
Que sem maneia e buçal ficou manso ao meu contento.

César Oliveira e Rogério Melo 07 - Milonga Maragata




Sou herança de Maragato
A velha raça caudilha!
Tenho sangue farroupilha
Galopando em minhas veias
Nos arrancos de trinta e cinco
Andei trilhando coxilhas
Enredado nas flexilhas
Tramando aço em peleias
Chiripá de saco branco
Lenço atado e meia espalda
E uma vicha que se esbalda
Na melena esgadelhada
Na cintura, a carniceira,
Companheira de degola!
E um "quarenta" de argola
Pra garatir a qüerada
Carcaça de puro cerne
Forjada em têmpera quapa
Com a rude estampa farrapa
Plantei tênencia de mau
E a descendência da raça
Semeei no eco do berro
Brincando de tercear ferro
Com chimango e pica-pau
Relampeia ferro branco
Também troveja a garrucha
Nesta milonga gaúcha
Que, por taura não se enleia,
Peleia dando risada!
Porque o macho se conhece
É atrás do "S" da adaga
Debaixo do tempo feio
Só a coragem sustenta!
Pode faltar ferramenta
Mas sobra a fibra guerreira
Pois quem herda a procedência
Do nobre sangue farrapo
Só morre queimando trapo
Peleando pelas ladeiras
Com o instinto libertário
E o tino de um fronteiro
Eu era um clarim guerreiro
Pondo em forma o Rio Grande
Pois a grito e pelegaço
Fiz a pátria que pertenço
Cabrestear para um lenço
Maragateado de sangue

Os Monarcas 15 - Milonga Pra Ti (30 Anos de Estrada)


MILONGA PRA TI - OS MONARCAS

Quando te vejo guria meu coração emudece
Sinto a sensação radiante da lua, quando aparece
A luz que vem dos teus olhos embriaga o meu olhar
Me faz buscar a tua mão e sair por aí passear

(Tua voz, som que fascina, como o cantar da araponga
Que busco em vários acordes, num dedilhar de milonga)

O mundo é do teu tamanho quando caminho ao teu lado
Satisfazes plenamente meus sonhos de namorado
Cada um de teus sorrisos me banha de tanto encanto
Inspiração permanente desta milonga que canto

Perto de ti sou ventura, longe de ti pensamento
Sorvendo a tua saudade, pelo tiritar do vento
Quero me casar contigo trazei-la pra meu jardim
E ter sempre esta milonga vibrando dentro de mim

http://www.youtube.com/watch?v=mbWxd4S32OY

quarta-feira, 2 de abril de 2014

OS MONARCAS

Um grande grupo que há mais de 40 anos retrata o que há de melhor da música gaúcha e que lhes garanto, são os melhores.


http://www.osmonarcas.com.br/os-monarcas/historia

segunda-feira, 31 de março de 2014

WILSON PAIM,(DVD)- CONSELHOS.

O que é ser gaúcho

“Ser gaúcho é uma questão de identidade, mas não basta apenas sentir-se gaúcho. Ser gaúcho não é apenas um estado de espírito. É preciso agir como gaúcho em todas as situações. Para isto, é necessário estudar a história dos povos do Sul e enfronhar-se na cultura gaúcha, assumindo e vivendo os valores gaúchos.”  

sábado, 29 de março de 2014

Tá garoando lá fora
Boleia a perna, gaúcho,
E chegue cá pro galpão...


https://www.facebook.com/GauchosDeFatoTche/photos/a.470970596310045.1073741826.470969112976860/489274024479702/?type=1&permPage=1




Ah meu crioulo crinudo umas quantas!!!


Imagens. " César oliveira"

Em meus tempos de CTG, esta poesia me rendeu o troféu de 1º Lugar Declamação Adulto. Saudades!!!


VOVÓ MIMOSA, PARTEIRA
Ludwig Larré

Madrugada, 29.
Agosto de chuva e frio.
Pedro cruzava a picada
no seu baio bom de rédea.
Ah, meu Deus, o passo cheio.
Vamo, cavalo, sem susto,
voa por riba do rio.

Tá frio, meu poncho me cobre,
defende a chuva e o vento.
Mas não segura no peito
o coração que galopa,
nem seca o rosto molhado.
(Será água só da chuva?
Deve ser, que home não chora,
nem quando morre de medo
de perder mulher e filho.)

Maria ficou no rancho.
Gemia tanto a maria.
"Vai, Pedro, volta ligeiro,
traz a comadre Mimosa,
tá chegando outro menino.
Este, Deus não vai levar!"

Vamo ligeiro, meu baio!
Vence o breu desta picada,
parte esta chuva no meio,
teu galope nào tem frio.
É ali, já tá pertinho,
quando se acaba a picada,
logo de trás da coxilha.

Ô de casa, meu compadre!
Desculpe a hora sombria.
Chame depressa a comadre!
Que pegue logo a tesoura
e o demais de percisão.

Vamo indo sem demora.
Maria ficou gemendo.
De dor, de ânsia, de medo.
Ai, comadre, esse vem vivo?
Será que chegamo a tempo?

"Já cheguemo, fique calmo!
Perciso d'água fervendo
e os pano branco do aparo."

Pedro conteve seu medo,
rezou a reza do aflito.
Até que o choro explodiu."
Vem ver, compadre: é menina,
teu guri vem doutra vez."
Era menina. Mirrada,
meio feinha, a coitada,
mas tava viva, perfeita,
gracias, gracias, meu bom Deus!

Maria, ria esgotada,
ria e chorava sem dor.
Tava de alma lavada.

Era, enfim, um seu rebento,
que ela havia de criar.
Agradecia à comadre,
à sua mão abençoada,
que sempre, chamada, vinha,
competente, despreendida,
mesmo com chuva e com frio.

Depois dessa menininha,
vieram chegando os outros.
Primeiro, outra guria,
depois, enfim, o guri.

E sempre Vovó Mimosa
(que ficou vovó de todos)
vinha aparar cada um.

Com a sua velha tesoura,
quando Pedro ia buscá-la,
cruzava a picada escura
no seu zaino, a trote largo.
E atendia maria,
certeira, o cordão cortava.
E sorria, e abençoava,
com seu primeiro acalanto,
cada vidinha brotada.

As vidinhas já cresceram.
Cresceram, ficaram velhas.
Vó Mimosa já partiu.
Também Pedro foi embora.
Maria à pouco o seguiu.

E olhando os longes do tempo,
a léguas lá da picada,
no céu da minha saudade,
onde cintila pai pedro,
e agora também Maria,
passa, às vezes, numa nuvem,
montada no velho zaino,
a imagem doce encantada,
daquela Vovó Mimosa,
que puxou tanta criança
para este mundo de Deus

quinta-feira, 27 de março de 2014


Buenas gauchada!!! Um feliz fim de tarde a todos!!!

Acho que esta música retrata um pouco da minha história, por ironia, passo a sentir os versos refletidos n'alma de dentro de um apartamento.

Guri do Campo
Cristiano Quevedo

Aprimorei o faro nas esquinas 
Entrei na dissonância dos mendigos 
Na praça conversei com muito velhos 
E andei nos seus caminhos percorridos 
Eu fui guri do campo na cidade 
Com a mesma liberdade das distâncias 
Apenas o meu verso é que mudou 
De doce se amargou 
Chorou infância 

No mais eu não mudei 
Ainda canto milongas no violão, que é mais um vício 
E busco na janela a inspiração 
Falando de um galpão neste edifício 

Eu quero manter vivo o que sorri 
No tempo que eu nem vinha na cidade 
E agora, que ironia, eu sou saudade 
Querendo achar o tempo que perdi 

Eu fui guri do campo na cidade 
Com a mesma liberdade das distâncias 
Apenas o meu verso é que mudou 
De doce se amargou 
Chorou infância 

No mais eu não mudei 
Ainda canto milongas no violão, que é mais um vício 
E busco na janela a inspiração 
Falando de um galpão neste edifício

Buenas E M'Espalho - Guri De Campo

César Oliveira e Rogério Melo 07 - Milonga Maragata

OS MONARCAS - PRECE TELÚRICA - GALPÃO CRIOULO 1988

Prece Telúrica - Os Monarcas
Composição: Arabi Rodrigues / Luiz Carlos Lanfredi

Quem me dera nestes versos entregar a cada um
Aos homens do universo a grande prece comum

Chapéu de pança de burro garrão de potro puxado
Contra o vento a voz empurro gritando no descampado
Adonde foi a riqueza de campos, matas e serras
Dá pena ver a tristeza nos ranchos da minha terra

Velho Rio Grande bendito bendita terra de Bento
Na tua frente contrito invoco teu sentimento
Campeiros tomem tenência agora cantem comigo
O telurismo, a querência que o povo guarda consigo

A pampa reza parada na solidão do deserto
A sanga chora calada com a morte sorrindo perto
Adonde foi o lirismo do majestoso rebanho
Que pena tanto egoísmo num mundo deste tamanho

Quem me dera nestes versos entregar a cada um
Aos homens do universo a grande prece comum
Campeiros cantem comigo o telurismo, a querência
Que o povo guarda consigo palanqueando na consciência

À Beira da Estrada - Cristiano Quevedo

De tardezita recolho
alguns recuerdos alçados
pensamentos desgarrados
que a memória resgatou

A china que se cambiou
o rancho agora tapera
quão doce que a vida era
e tão pouco me restou

O pingo pasta em silêncio
respeita a dor de seu dono
em momentos de abandono
a quietude nos consola

Só mesmo acordes de viola
se empeço a fazer costado
que o canto brota embargado
se a solidão nos assola

É triste acender o fogo
solito à beira da estrada
é amargo o mate da espera
sem que alguém nos dê pousada

De tardezita recolho
alguns recuerdos alçados
pensamentos desgarrados
que a memória resgatou

A china que se cambiou
o rancho agora tapera
quão doce que a vida era
e tão pouco me restou

Amanhã enfreno o lobuno
alço a perna e vou em frente
esta saudade insistente
não há de me por a canga

Restam-me cartas na manga
porque a sorte me enjeitou
e o mundo me sujeitou
a viver sempre de changa

É triste acender o fogo
solito à beira da estrada
é amargo o mate da espera
sem que alguém nos dê pousada