quinta-feira, 27 de março de 2014

À Beira da Estrada - Cristiano Quevedo

De tardezita recolho
alguns recuerdos alçados
pensamentos desgarrados
que a memória resgatou

A china que se cambiou
o rancho agora tapera
quão doce que a vida era
e tão pouco me restou

O pingo pasta em silêncio
respeita a dor de seu dono
em momentos de abandono
a quietude nos consola

Só mesmo acordes de viola
se empeço a fazer costado
que o canto brota embargado
se a solidão nos assola

É triste acender o fogo
solito à beira da estrada
é amargo o mate da espera
sem que alguém nos dê pousada

De tardezita recolho
alguns recuerdos alçados
pensamentos desgarrados
que a memória resgatou

A china que se cambiou
o rancho agora tapera
quão doce que a vida era
e tão pouco me restou

Amanhã enfreno o lobuno
alço a perna e vou em frente
esta saudade insistente
não há de me por a canga

Restam-me cartas na manga
porque a sorte me enjeitou
e o mundo me sujeitou
a viver sempre de changa

É triste acender o fogo
solito à beira da estrada
é amargo o mate da espera
sem que alguém nos dê pousada

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